15 de abril de 2014 • 10h40
Busca submarina por avião da Malásia pode levar dois meses
Um robô-submarino americano irá traçar um detalhado mapa do leito marinho, usando um sonar; em 2013, essa mesma técnica permitiu a localização de um caça dos EUA que havia caído no Japão
Um robô-submarino dos EUA pode levar até dois meses para vasculhar 600 quilômetros quadrados do leito do oceano Índico em busca do avião malaio desaparecido em março, disseram autoridades norte-americanas na terça-feira.
A previsão coincide com o fim abreviado da primeira missão do submarino Bluefin-21, que passou seis horas no fundo do mar
na segunda-feira. O aparelho teleguiado deveria ter ficado 16 horas em
operação, mas excedeu sua profundidade máxima, de 4.500 metros, e voltou
automaticamente à superfície.
O uso do drone submarino marca uma nova fase
nas buscas, agora em ritmo mais lento. Gradualmente, as autoridades
planejam encerrar as buscas aéreas e na superfície do mar, pois há
poucas esperanças de encontrar destroços flutuantes, e já faz mais de
uma semana que os equipamentos militares não recebem sinais eletrônicos que possam ser atribuídos às caixas-pretas - cujas baterias já esgotaram sua vida útil, de 30 dias.
O Boeing que fazia o voo MH370 da Malaysia Airlines desapareceu em 8 de março com 239 pessoas a bordo, cerca de uma hora depois de decolar de Kuala Lumpur
com destino a Pequim. Radares militares indicam que o avião, após ter
seus instrumentos de localização desligados, mudou de rota. As buscas
estão concentradas em uma vasta área do Índico, cerca de 1.550 quilômetros a noroeste de Perth, na Austrália.
A nova etapa das buscas deve ser mais lenta. "O AUV (veículo
submarino autônomo, na sigla em inglês) leva seis vezes mais tempo para
cobrir a mesma área do que o localizador rebocado de sinais (outro
instrumento que vinha sendo
usado nas buscas). Estima-se que o AUV levará algo entre seis semanas e
dois meses para varrer toda a área de buscas", disse em nota Daniel
Marciniak, porta-voz da Sétima Frota Naval dos EUA, que participa das
buscas.
Nas seis horas iniciais de buscas, o Bluefin-21 não encontrou nada interessante, segundo Marciniak. A segunda missão deve começar ainda na terça-feira.
O robô, que leva duas horas para descer ao fundo do mar e
outras duas para subir, além de várias horas para descarregar os dados
colhidos, irá traçar um detalhado mapa do leito marinho, usando um sonar. No ano passado, essa técnica permitiu a localização de um caça F-15 dos EUA que havia caído na costa do Japão.
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