Degelo da Groenlândia e da Antártida causa 20% da elevação do nível do mar, revela estudo
á foram feitas mais de 30 estimativas sobre o encolhimento das camadas de gelo polares, mas estes números costumavam ser vagos, com variações muito amplas, além de existir estudos que se contradiziam. Agora, uma equipe de 47 especialistas publicou a estimativa mais precisa já feita sobre os degelos polares, o que constitui a medida mais definitiva do impacto das mudanças climáticas. O estudo completo será publicado na edição desta sexta-feira (30) da revista americana Science
Cerca de dois terços dos degelos ocorreram na Groenlândia e no restante na Antártida, de acordo com imagens de satélite da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) e da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês). Esta última estimativa se situa dentro da escala estabelecida pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), no relatório publicado em 2007.
No entanto, destacam os cientistas, as distâncias nesta escala eram tão grandes que, na época, era impossível determinar se a massa de gelo antártico estava derretendo ou se expandindo.
Três vezes mais perda de gelo
As estimativas mais precisas divulgadas hoje confirmam que Antártida e Groenlândia, as duas maiores reservas de gelo do planeta, perderam massa desde 1992 por causa do aquecimento da superfície terrestre, e que o degelo nessas áreas se acelerou.
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Em conjunto, Groenlândia e Antártida perdem hoje, em conjunto, três vezes mais gelo do que nos anos 1990, fazendo com que sua contribuição à elevação do nível dos mares tenha crescido de 0,27 para 0,95 milímetros ao ano.
"As mudanças na massa de gelo acumulada nos mantos gelados dos polos são tão importantes, porque são a medida das mudanças no clima que afetam diretamente os níveis dos oceanos", afirmou Andrew Shepherd, da Universidade da Inglaterra.
"O ritmo do degelo aumentou muito mais na Groenlândia, onde quintuplicou", destaca Erik Ivins, do Laboratório de Propulsão a Jato, da Nasa, na Califórnia (Estados Unidos), um dos principais coautores do estudo.
Já as modificações da massa de gelo na Antártida foram menores. As perdas notáveis registradas no oeste do continente foram compensadas em parte por aumentos no leste. No total, a elevação do nível dos mares foi de cerca de 3 milímetros ao ano, em média, nestas duas últimas décadas, o que se atribui em sua maior parte à expansão térmica da água.
"Agora devemos entender melhor a física das placas de gelo durante o período que acabamos de observar, com a finalidade de elaborar modelos capazes de prever, em maior grau, a elevação do nível dos oceanos até o fim do século", disse Ivins.
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