12/04/2013 17h45
- Atualizado em
12/04/2013 18h11
Feira de defesa tem rádio que fala debaixo d'água e simulador de voo
Feira atrai mais de 30 mil ao Riocentro.
Quase 700 expositores mostram tecnologias e equipamentos.
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O rádio da Motorola Solutions pode ficar até duas horas debaixo d´água (Foto: Lilian Quaino/G1)
Mais de 30 mil pessoas visitaram a nona edição da Laad Defence &
Security, feira de defesa e segurança da América Latina, que terminou
nesta sexta-feira (12) no Riocento, na Zona Oeste do Rio. Segundo Sérgio
Jardim, diretor-geral da Clarion Events, organizadora da feira, o
público registrou um crescimento superior a 15% em relação aos 26 mil
visitantes de 2011. A Laad acontece a cada dois anos no Rio de Janeiro,
reunindo representantes da indústria de defesa e segurança.O número de expositores também foi recorde, segundo Jardim: 694 representantes de 40 países. O Brasil participou com 195 expositores. Na última edição, foram 663 expositores, 120 brasileiros.
Os visitantes encontram na feira tecnologias de ponta para operações militares, aeroespaciais, navais, para comunicação e informação, segurança pública e corporativa, veículos blindados, vants (veículos aéreos não tripulados), dispositivos de proteção, aeronaves, embarcações militares e sistemas integrados de comando e controle.
Rádio
Durante a feira, a Motorola Solutions lançou sua maior aposta para missões críticas: um rádio concebido para uso militar que resiste a condições extremas de temperatura e fala até debaixo d'água. O rádio pode ficar na água por até duas horas e aguenta temperaturas que vão dos 60º C negativos aos 60º C positivos.
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“Concentramos nossos esforços em rádios de missão crítica, em que a
vida está em jogo. O rádio não pode falhar. É preciso que o soldado, o
policial ou o bombeiro possa se comunicar na hora em qualquer situação e
o destinatário da mensagem tem que a receber de forma totalmente
clara”, explicou Wagner Andrade, diretor de Novos Negócios da Motorola
Solutions.O diretor apresentou ainda na feira o rádio que não gera faíscas nem calor, e que pode ser usado durante um incêndio pelo bombeiro sem risco de explosões. O rádio de veículos já vem com GPS embutido permitindo ao centro de controle saber onde está o carro policial ou militar em tempo real.
“É possível fazer a reconstituição da rota de uma viatura em tempo real. Todas as informações são transmitidas para a central e ficam gravadas. O rádio pode até ser destruído, mas as informações já foram arquivadas no centro de operações, como numa caixa preta”, explicou o diretor.
Segundo Wagner Andrade, o Exército brasileiro obteve licença da Anatel e vem testando o LTE (Long Term Evolution), conjunto de equipamentos com tecnologia 4G que permite a comunicação entre o comando das operações e os policiais ou soldados em ação, e possibilita ainda o monitoramento à distância das operações, da movimentação em ruas e outros locais, e até das condições físicas dos soldados e policiais.
“O LTE permite acesso a informação, dados, imagem e voz com extrema qualidade e alto nível de nitidez. Uma câmera pode ser colocada numa viatura, no capacete, ou na roupa do bombeiro, e o comandante tem no centro de controle consciência do que está acontecendo e pode orientar o bombeiro ou o soldado à distância”, disse Andrade, explicando ainda que o policial ou o militar usa um cinto que monitora seus batimentos cardíacos e outros dados clínicos enviando as informações ao centro de controle permitindo que o comandante saiba se ele está ferido ou sob estresse.
O simulador de voo em helicóptero da e-Fly (Foto: Lilian Quaino/G1)
Simulador de voo em helicópterosA e-Fly, empresa brasileira que desenvolve treinamento eletrônico desde 2000, levou para a Laad um simulador do helicóptero Robinson 22, criado em parceria com a MarcNamara, com 90% de tecnologia nacional, e certificado pela Agência Nacional de Aviação Civil. Segundo a e-Fly, uma hora no CBT (sigla para Computer Based Training - Treinamento Baseado em Computador) correspondem a 10 horas de estudo presencial em sala de aula.
Além da cabine do helicóptero, a empresa desenvolveu ainda a simulação da região de diferentes aeroportos do país e seu entorno para o aluno poder treinar pousos e decolagens. Segundo Vinicius Vince, designer da e-Fly, escolas de voo do Rio de Janeiro mostraram muito interesse no equipamento, uma vez que a demanda por pilotos tem aumentado por conta da indústria de óleo e gás.
Pacote antiterror
A Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge), ligada ao Ministério da Justiça, recebe ainda em abril 48 escudos antibomba, que fazem parte do pacote de equipamentos de combate ao terrorismo que adquiriu para equipar as polícias para os grandes eventos que acontecerão no Rio e em outras cidades a partir deste ano.
Em maio, chegam os 76 trajes antibomba, de fabricação da alemã Garant, fornecedora tradicional da Otan. A roupa de 35 quilos, capaz de dar proteção total ao agente que for manipular ou desarmar um artefato, foi apresentada na Laad.
Indústria nacional
“O significativo aumento da presença da indústria nacional na Laad reflete o fortalecimento da cadeia produtiva no setor de defesa e segurança. O aumento considerável de espaço da feira reflete a maior participação tanto de fabricantes e autoridades nacionais quanto estrangeiros. Esse crescimento superou nossas expectativas e se deve, além do bom momento do Brasil no exterior, aos diversos projetos na área de defesa já iniciados, no âmbito da estratégia nacional de defesa para equipar as Forças Armadas e policiais do país”, afirmou Sérgio Jardim, da organização da feira.
Segundo Jardim, compareceram à Laad 15 ministros de Defesa de países como Reino Unido, Bélgica, África do Sul, Angola, Chile e Argentina.
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