Ciência
16/12/2011 - 15:24
Genética
Cientistas descobrem segunda doença genética mais antiga
A Síndrome de Imerslund-Gräsbeck impede a absorção de vitamina B12 pelo corpo. Sua origem remonta ao Oriente Médio, 13 mil anos atrás
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VITAMINA B12Também conhecida como cobalamina, ajuda na formação do sangue, previne problemas cardíacos e age na manutenção do sistema nervoso e ajudando no metabolismo de aminoácidos e ácidos nucleicos.
Algumas de suas principais fontes são a carne bovina, principalmente fígado, ostras, ovos e derivados, peixes e leite. Como a maioria das fontes é de origem animal, vegetarianos devem tomar complementos com a vitamina.
Cientistas da Universidade do Estado de Ohio, nos EUA, rastrearam a origem da mutação por meio de testes genéticos com pacientes que desenvolveram a doença. Foram examinados 20 doentes, 24 pais, oito irmãos imunes e quatro avós de 16 famílias com casos registrados. Os resultados da pesquisa, publicados no periódico Orphanet Journal of Rare Diseases, a colocam como a segunda mutação genética causadora de doença mais antiga já identificada. O primeiro lugar é ocupado por uma mutação na fibrose cística que surgiu entre 11.000 e 52.000 anos atrás.
Apesar de ser encontrada em diversos grupos étnicos, como judeus, turcos e árabes, a mutação que gera a IGS foi originada por um único indivíduo, segundo os pesquisadores. O fato é incomum. Normalmente, esse tipo de mutação fica restrita a um grupo isolado.
Para desenvolver a doença, o paciente precisa nascer com duas cópias de dois tipos de genes, o amnionless (AMN) ou o cubilin (CUBN), com mutações. Se isso acontece, a criança não consegue absorver vitamina B12 no intestino delgado. Cada cópia dos genes é proveniente de um dos pais. A mutação é recessiva, portanto não aparece quando só há uma cópia do gene modificado.
A doença foi identificada há 50 anos. "Diagnosticá-la é difícil e demorado, pois as deficiências de vitamina B12 têm muitas causas", diz Stephan M. Tanner, pesquisador em virologia molecular, imunologia e genética médica. "Nossas descobertas permitem um diagnóstico genético confiável em casos suspeitos", completou ele.
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