16/12/2011 - 21:13
Corrupção
Rede de Escândalos ganha 29 novos personagens nesta 6ª
Cinco novos casos passam a integrar a ferramenta que acompanha os desdobramentos dos escândalos e os destinos dos envolvidos em fraudes
Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do TRT-SP, no congresso, julho de 2000
(Ed Ferreira/AE)
A “Rede de Escândalos” do site de VEJA ganha, nesta sexta-feira, o
acréscimo de cinco novos casos. Quatro deles sacudiram o país nos anos
90: a descoberta do esquema de desvio de dinheiro público perpetrado
pelos parlamentares que ficariam conhecidos como “anões do Orçamento”,
em 1992; o escândalo dos precatórios, em 1996; o desvio de verbas do
TRT-SP, que alçou à infâmia o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, em 1999; e
o caso Marka/Fonte Cindam, que colocou a credibilidade do BC em xeque,
também em 99. O quinto escândalo, mais recente, traz como personagens o
deputado federal Protógenes Queiroz e o banqueiro Daniel Dantas.
Trata-se da Operação Satiagraha, de 2008.Mais do que entender como funcionavam os esquemas criminosos por trás de cada um dos casos, a rede vai esclarecer o destino que tiveram seus personagens – e de que maneira escândalos tão distintos podem ter sido protagonizados por pessoas em comum. É o caso do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, morto em 2009, que viu o cargo em risco no decorrer da CPI dos Precatórios e, mais de uma década depois, foi preso pela Polícia Federal durante a Operação Satiagraha.
Relembre, ainda, a atuação criminosa do juiz Lalau, que fez fortuna desviando verbas públicas e adorava torrar o dinheiro sujo com compras em Miami, nos Estados Unidos. Lalau passou apenas uma semana na cadeia, mas o caso tem desdobramentos na Justiça até hoje. Em julho deste ano, a Justiça do Distrito Federal determinou a devolução de 55 milhões de reais desviados dos cofres públicos no escândalo do tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo. É o maior valor desviado por corrupção já reclamado pelos cofres públicos no Brasil.
Conheça como funcionava a máquina de espionagem do ex-delegado da PF Protógenes Queiroz, que bisbilhotou a vida de ministros e membros do STF, a mais alta corte do país. Graças à maneira irregular como ele conduziu as investigações, inspirado por um nocivo messianismo de esquerda, o banqueiro Daniel Dantas safou-se da cadeia. A Operação Satiagraha, que tinha por objetivo investigar Dantas por crimes financeiros, ficou marcada por ter servido de fachada para o funcionamento de uma máquina de espionagem que, em ousadia e abrangência, não tem paralelo na história brasileira.
As atualizações não vão parar por aqui. Até 20 de janeiro, a rede contará com cerca de 300 personagens, implicados em mais de 60 casos dos governos Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma. O compromisso não é apenas o de revisitar o passado, ressaltando as lições que o país aprendeu (ou desperdiçou) em cada episódio. É também o de manter o leitor informado sobre o desenrolar de investigações e julgamentos – e sobre o destino daqueles que em algum momento, ou repetidamente, atentaram contra o bem público.
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