Operação Porto Seguro
Cardozo e Adams falam ao Senado nesta quarta-feira
Cardozo já disse na Câmara não ser informado de detalhes de operações sigilosas da PF e admitiu que Rosemary tinha "relação criminal" com quadrilha
Tai Nalon, de Brasília
José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça
(Ueslei Marcelino/Reuters)
Os ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Luís Inácio
Adams, da Advocacia-Geral da União (AGU), dão sequência nesta
quarta-feira, no Senado, a uma série de audiências para explicar os
desdobramentos da Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, que desarticulou um esquema de tráfico de influência e de venda de pareceres de órgãos públicos.
Leia também:
Nesta terça-feira, Cardozo falou a parlamentares das comissões de
Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e a de Fiscalização
Financeira e Controle da Câmara em sessão de mais de sete horas. O
objetivo original do convite era discutir questões de segurança pública
em São Paulo, mas a Operação Porto Seguro acabou entrando na pauta.
Cardozo afirmou que não tem conhecimento prévio de investigações em
sigilo da Polícia Federal. Ou seja, confirme revelou reportagem de VEJA desta semana, foi pego de surpresa pela Operação Porto Seguro.
Luís Inácio Adams, advogado-geral da União
Já Adams prestará esclarecimentos pela primeira vez no Congresso nesta
quarta, com a imagem abalada pela queda do número 2 da AGU, o
advogado-adjunto da União, José Weber Holanda, indiciado pela PF por
forjar pareceres mediante propina.
Na semana passada, o advogado-geral da União afirmou que seu ex-braço direito não tinha autoridade
para emitir pareceres nem para tomar decisões em nome do órgão. Segundo
Adams, Weber "extrapolou" suas funções quando encaminhou os documentos
em questão para a análise de Paulo Vieira, diretor afastado da Agência
Nacional de Águas (ANA) e apontado pela PF como chefe da quadrilha.
Blindado pelo próprio governo ao tratar o esquema como fato isolado,
Adams vai ao Congresso ser questionado principalmente sobre sua ligação
pessoal com Weber e por que o indicou para o cargo se sabia que ele
tinha questões pendentes na Justiça. A audiência começa às 14h30 em
sessão conjunta de comissões do Senado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário