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Maduro pede que Obama não entre em um "beco sem saída"
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Manifestantes "inundaram" as ruas do país neste domingo contra o atual governo
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu nesta
quinta-feira ao chefe de Estado dos Estados Unidos, Barack Obama, que
respeite seu país e a região para não entrar em um "beco sem saída" na
Venezuela e no conjunto da América Latina e o convidou a estabelecer
"novos níveis de relação",
"O que fariam os Estados Unidos, o que aconteceria nos
Estados Unidos se algum grupo dissesse que vai incendiar os Estados
Unidos para que Obama saia, para que renuncie, para mudar o governo
constitucional dos Estados Unidos. Seguramente o Estado reagiria,
utilizaria toda a força da lei para restabelecer a ordem", disse Maduro à
emissora americana CNN.
Em um momento de fortes protestos contra seu governo na
Venezuela e de tensão com Washington pela reação de seu Executivo,
Maduro concedeu uma entrevista à CNN, uma conversa da qual
foram divulgados dois trechos hoje e que será exibida na íntegra nesta
sexta-feira às 16h (de Brasília) pelo canal internacional da rede.
Questionado pela jornalista Christiane Amanpour sobre os
violentos distúrbios que ocorrem em seu país há quase um mês, Maduro
insistiu que os que se manifestam contra ele são uma "minoria".
"Devem saber nos Estados Unidos e aqueles que nos
assistem neste prestigiado programa, que os que anteciparam este plano
violento são uma minoria, um grupo, bom, pertencente à oposição, que
colocou em apuros o restante dos dirigentes políticos da oposição",
argumentou Maduro no trecho divulgado pela CNN en español.
"Minha mensagem - aos Estados Unidos - é de respeito,
diálogo, superação das visões sobre o nosso país. Precisamente, eu tomei
a decisão de nomear um novo embaixador nos Estados Unidos. Não vamos
entrar em um beco sem saída em relação à Venezuela e a América Latina",
afirmou Maduro no trecho divulgado no site da CNN.
Acrescentou que "nossa mensagem aos que governam nos
Estados Unidos é que respeitem a Venezuela, que respeitem a América
Latina e que estabeleçamos novos níveis de relações". Os protestos que
vem ocorrendo na Venezuela voltaram a se tornar violentos nesta
quinta-feira com mais duas mortes que o governo atribuiu a grupos
fascistas.
As manifestações em Caracas e outras cidades do país
tiveram como consequência, até o momento, 19 mortes e pelo menos 300
feridos, segundo dados oficiais. Os protestos começaram no dia 12 de
fevereiro com uma passeata convocada por estudantes e opositores que
terminou em violência e na qual morreram três pessoas e dezenas ficaram
feridas. Esses acontecimentos foram o estopim para que ocorressem novas
manifestações, concentrações, enfrentamentos e barricadas.
Nesse contexto, o governo de Maduro ratificou nesta
quinta-feira a suspensão de suas relações com o Panamá por considerar
que o país vizinho se intrometeu em assuntos internos venezuelanos ao
reivindicar uma reunião na Organização dos Estados Americanos (OEA)
sobre a situação na Venezuela, um encontro realizado hoje em Washington.
O resto das imagens esta no link a baixo.
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