N° Edição: 2196
| 09.Dez.11 - 21:00
| Atualizado em 10.Dez.11 - 10:35
Achamos outro "planeta água"?
Nasa encontra astro fora do nosso sistema solar com características semelhantes às da Terra e chances concretas de abrigar vida alienígena - mas ainda temos décadas de pesquisa até comprovar ou não a tese
André Julião
Não vai
demorar muito para que encontremos vida em outros planetas – entre 30 e
40 anos, segundo estimativas dos cientistas. E o melhor candidato até
agora para ser rastreado no futuro próximo foi descoberto na semana
passada. A missão Kepler, da Nasa, agência espacial americana, descobriu
o astro com as características mais parecidas com as da Terra – e, por
isso mesmo, ele é o que tem mais chance de abrigar seres vivos. Batizado
de Kepler- 22b, ele é 2,4 vezes maior que o nosso planeta e sua
superfície tem temperaturas por volta dos 22oC – comparáveis às de um
agradável dia de primavera por aqui.
O que torna possível a temperatura propícia à vida é a provável existência de uma atmosfera e de água em estado líquido, viável graças à distância do novo corpo celeste em relação à sua estrela. Eles estão 15% mais próximos entre si do que a Terra está do Sol. Ambas as estrelas também são relativamente parecidas. “Outros já foram encontrados nessa zona de habitabilidade, mas nenhum com características tão semelhantes às do nosso planeta”, diz Amâncio Friaça, pesquisador em astrobiologia da Universidade de São Paulo (USP). Ele ressalta que a maioria era de grandes massas de gás, ambiente muito pouco provável para abrigar vida.
Distante 600 anos-luz de nós, em outro sistema solar, o astro só foi detectado graças à missão da Nasa, que monitora o brilho de mais de 150 mil estrelas. Até agora, o método tem se mostrado o mais eficaz para identificar novos planetas (saiba como eles são encontrados no quadro acima). A estrela que ilumina o Kepler-22b tem massa e raio um pouco menores que os do Sol. Por isso, ela é 25% menos brilhante. Sua órbita é equivalente a 290 dias, muito parecida com a da Terra, de 365 dias. Os especialistas suspeitam que o astro seja oceânico, mas sem continentes. “Estamos falando de oceanos com até 100 quilômetros de profundidade”, afirma Friaça.
Ainda não é possível determinar a massa da nova Superterra, como é chamada essa classe de planetas gigantes e possivelmente habitáveis. No entanto, estima-se que seja 36 vezes maior que a da Terra. “Essa descoberta reforça a crença cada vez mais forte de que vivemos num universo lotado de seres vivos”, disse Alan Boss, do Instituto Carnegie de Washington (EUA), um dos pesquisadores responsáveis pela descoberta. “A missão Kepler está muito próxima de determinar a exata abundância de astros habitáveis como a Terra na nossa galáxia”, completou.
Comprovar a existência de vida nesses planetas, no entanto, é muito mais complexo. O projeto mais audacioso com esse fim foi o Darwin, da Agência Espacial Europeia. A ideia era formar uma constelação de quatro ou cinco naves autônomas que, juntas, poderiam detectar sinais da existência de seres vivos nesses exoplanetas – termo usado para designar aqueles que estão fora do nosso sistema solar – por meio de telescópios e outros equipamentos. O projeto foi encerrado em 2007 e não tem previsão de ser retomado.
Se uma nova iniciativa surgir, provavelmente começará do mesmo ponto de partida do Darwin. Na Terra, a atividade biológica produz gases. Plantas expelem oxigênio, enquanto animais liberam gás carbônico e metano. Esses elementos absorvem certas ondas de luz infravermelha, que seriam detectadas pelos potentes equipamentos como os do Darwin. Falta agora encontrar um exoplaneta mais próximo de nós, para que um equipamento a ser lançado possa procurar esses sinais. Levando em conta a velocidade com que se encontram esses astros, achar os primeiros aliens – provavelmente bactérias – não vai demorar muito.
O que torna possível a temperatura propícia à vida é a provável existência de uma atmosfera e de água em estado líquido, viável graças à distância do novo corpo celeste em relação à sua estrela. Eles estão 15% mais próximos entre si do que a Terra está do Sol. Ambas as estrelas também são relativamente parecidas. “Outros já foram encontrados nessa zona de habitabilidade, mas nenhum com características tão semelhantes às do nosso planeta”, diz Amâncio Friaça, pesquisador em astrobiologia da Universidade de São Paulo (USP). Ele ressalta que a maioria era de grandes massas de gás, ambiente muito pouco provável para abrigar vida.
Distante 600 anos-luz de nós, em outro sistema solar, o astro só foi detectado graças à missão da Nasa, que monitora o brilho de mais de 150 mil estrelas. Até agora, o método tem se mostrado o mais eficaz para identificar novos planetas (saiba como eles são encontrados no quadro acima). A estrela que ilumina o Kepler-22b tem massa e raio um pouco menores que os do Sol. Por isso, ela é 25% menos brilhante. Sua órbita é equivalente a 290 dias, muito parecida com a da Terra, de 365 dias. Os especialistas suspeitam que o astro seja oceânico, mas sem continentes. “Estamos falando de oceanos com até 100 quilômetros de profundidade”, afirma Friaça.
Ainda não é possível determinar a massa da nova Superterra, como é chamada essa classe de planetas gigantes e possivelmente habitáveis. No entanto, estima-se que seja 36 vezes maior que a da Terra. “Essa descoberta reforça a crença cada vez mais forte de que vivemos num universo lotado de seres vivos”, disse Alan Boss, do Instituto Carnegie de Washington (EUA), um dos pesquisadores responsáveis pela descoberta. “A missão Kepler está muito próxima de determinar a exata abundância de astros habitáveis como a Terra na nossa galáxia”, completou.
Comprovar a existência de vida nesses planetas, no entanto, é muito mais complexo. O projeto mais audacioso com esse fim foi o Darwin, da Agência Espacial Europeia. A ideia era formar uma constelação de quatro ou cinco naves autônomas que, juntas, poderiam detectar sinais da existência de seres vivos nesses exoplanetas – termo usado para designar aqueles que estão fora do nosso sistema solar – por meio de telescópios e outros equipamentos. O projeto foi encerrado em 2007 e não tem previsão de ser retomado.
Se uma nova iniciativa surgir, provavelmente começará do mesmo ponto de partida do Darwin. Na Terra, a atividade biológica produz gases. Plantas expelem oxigênio, enquanto animais liberam gás carbônico e metano. Esses elementos absorvem certas ondas de luz infravermelha, que seriam detectadas pelos potentes equipamentos como os do Darwin. Falta agora encontrar um exoplaneta mais próximo de nós, para que um equipamento a ser lançado possa procurar esses sinais. Levando em conta a velocidade com que se encontram esses astros, achar os primeiros aliens – provavelmente bactérias – não vai demorar muito.
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