08/12/2011
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08h34
O acirramento da disputa expõe uma espécie de "questão étnica" no Pará, devido às diferenças das populações de cada região.
Governador do PA ataca marqueteiro em direito de resposta
Líderes separatistas do Pará são alvo de ações no Supremo
Duda Mendonça financia vaquejada no Pará
Divisão do Pará é rejeitada por mais de 60%, diz Datafolha
O ponto alto da discussão ocorreu ontem, durante debate entre representantes das frentes realizado pela rádio Liberal/CBN. O plebiscito sobre a divisão do Pará em mais dois Estados --Carajás e Tapajós-- ocorrerá domingo.
Líder antidivisão, o deputado federal Zenaldo Coutinho (PSDB), de Belém, referiu-se diversas vezes à representante da frente do Carajás, deputada estadual Bernadete Ten Caten (PT), como "a deputada gaúcha".
"Vocês trazem um marqueteiro da Bahia [Duda Mendonça], seu projeto vem do Tocantins [cuja criação serviu de inspiração para os separatistas] e a maioria de vocês vem de fora", disse.
A deputada se irritou. "Isso se chama xenofobia e discriminação", respondeu.
Anteontem, o governador Simão Jatene (PSDB), da grande Belém, criticou os "vendedores de ilusões sem identidade com o Pará".
Na capital, a Folha presenciou gestos de hostilidade contra separatistas. Durante carreata, foram recebidos aos gritos de "voltem para Goiás" e "voltem para Marabá".
No Carajás, só cerca de 20% dos habitantes são do Pará, segundo os divisionistas. A maioria vem de Maranhão, Minas, Rio Grande do Sul, Tocantins e São Paulo.
Historicamente, a população paraense pouco explorou o interior do Estado, abrindo espaço para os migrantes.
O resultado foi uma população de origem, sotaque e costumes diferentes, com mais ligação com o agronegócio do que com as tradições culturais da capital.
Um dos líderes pró-Carajás, deputado Giovanni Queiroz (PDT), é mineiro e possui fazendas avaliadas em R$ 8 milhões no Pará.
No Tapajós, a distância fez com que os habitantes se identificassem mais com Manaus do que de Belém.
"Por mês, saem de Santarém 56 barcos para Manaus e oito para Belém", diz o professor universitário Edivaldo Bernardo, líder pró-Tapajós.
04/12/2011 - 11h02
Ex-prefeito de Santarém, maior cidade do Tapajós, o deputado Lira Maia (DEM) é réu em quatro ações penais no Supremo Tribunal Federal por supostos crimes de responsabilidade e crimes envolvendo a Lei das Licitações quando foi prefeito.
Duda Mendonça financia vaquejada no Pará
Divisão do Pará é rejeitada por mais de 60%, diz Datafolha
Plebiscito no Pará causará mágoas na população, diz governador
Famosos reforçam campanhas sobre divisão; veja
Maia ainda é investigado em sete inquéritos no STF sob suspeita, por exemplo, de compra de votos e crime contra a administração pública.
Na região do Carajás, o deputado federal Asdrúbal Bentes (PMDB) lidera a defesa da criação do novo Estado.
Em setembro deste ano, ele foi condenado pelo STF a mais de três anos de prisão por realizar cirurgias de laqueadura em mulheres de Marabá, principal cidade do Carajás, em troca de votos nas eleições municipais de 2004.
De acordo com a sentença, a pena deverá ser cumprida em regime aberto.
Outro com processo é o deputado José Priante (PMDB), réu no STF por desobediência à Justiça em um caso de suposto crime eleitoral. Diferentemente dos demais, ele se diz neutro na campanha da divisão, embora tenha parte significativa de seus votos provenientes do Tapajós.
Primo do ex-deputado Jader Barbalho (PMDB), um dos maiores caciques do Pará, Priante ficou em terceiro lugar na disputa pelo governo do Pará em 2006. Poderia ter vida mais fácil no Tapajós.
O ex-governador Jader Barbalho (PMDB), um dos políticos mais influentes do Pará, se nega a falar publicamente sobre o tema. Segundo aliados, ele é contra a divisão, mas prefere ficar em silêncio por ter votação expressiva nas áreas "separatistas".
Hoje Jader --que é réu em cinco ações penais no STF-- luta para assumir cadeira de senador após o Supremo decidir que a Lei da Ficha Limpa não valeu em 2010.
OUTRO LADO
Lira Maia negou as acusações e disse que todos os processos a que responde têm cunho político. José Priante minimizou a ação a que responde. Ele diz que a Justiça ordenou que apagasse a propaganda num muro, mas não recebeu a notificação. Asdrúbal Bentes não foi localizado.
Plebiscito expõe diferenças culturais entre regiões do Pará
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RODRIGO VIZEU
ENVIADO ESPECIAL A SANTARÉM (PA)
AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM
SILVIO NAVARRO
ENVIADO ESPECIAL A MARABÁ (PA)
Na reta final da campanha para o plebiscito sobre a divisão do Pará, a
frente contrária à separação do Estado intensificou as acusações de que
os separatistas são forasteiros que querem ficar com as riquezas locais.
ENVIADO ESPECIAL A SANTARÉM (PA)
AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM
SILVIO NAVARRO
ENVIADO ESPECIAL A MARABÁ (PA)
O acirramento da disputa expõe uma espécie de "questão étnica" no Pará, devido às diferenças das populações de cada região.
Governador do PA ataca marqueteiro em direito de resposta
Líderes separatistas do Pará são alvo de ações no Supremo
Duda Mendonça financia vaquejada no Pará
Divisão do Pará é rejeitada por mais de 60%, diz Datafolha
O ponto alto da discussão ocorreu ontem, durante debate entre representantes das frentes realizado pela rádio Liberal/CBN. O plebiscito sobre a divisão do Pará em mais dois Estados --Carajás e Tapajós-- ocorrerá domingo.
Líder antidivisão, o deputado federal Zenaldo Coutinho (PSDB), de Belém, referiu-se diversas vezes à representante da frente do Carajás, deputada estadual Bernadete Ten Caten (PT), como "a deputada gaúcha".
"Vocês trazem um marqueteiro da Bahia [Duda Mendonça], seu projeto vem do Tocantins [cuja criação serviu de inspiração para os separatistas] e a maioria de vocês vem de fora", disse.
Adriano Vizoni/Folhapress | ||
Separatistas em crise não conseguem mobilizar a cidade de Santarém; plebiscito acontece no domingo |
Anteontem, o governador Simão Jatene (PSDB), da grande Belém, criticou os "vendedores de ilusões sem identidade com o Pará".
Na capital, a Folha presenciou gestos de hostilidade contra separatistas. Durante carreata, foram recebidos aos gritos de "voltem para Goiás" e "voltem para Marabá".
No Carajás, só cerca de 20% dos habitantes são do Pará, segundo os divisionistas. A maioria vem de Maranhão, Minas, Rio Grande do Sul, Tocantins e São Paulo.
Historicamente, a população paraense pouco explorou o interior do Estado, abrindo espaço para os migrantes.
O resultado foi uma população de origem, sotaque e costumes diferentes, com mais ligação com o agronegócio do que com as tradições culturais da capital.
Um dos líderes pró-Carajás, deputado Giovanni Queiroz (PDT), é mineiro e possui fazendas avaliadas em R$ 8 milhões no Pará.
No Tapajós, a distância fez com que os habitantes se identificassem mais com Manaus do que de Belém.
"Por mês, saem de Santarém 56 barcos para Manaus e oito para Belém", diz o professor universitário Edivaldo Bernardo, líder pró-Tapajós.
04/12/2011 - 11h02
Líderes separatistas do Pará são alvo de ações no Supremo
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SILVIO NAVARRO
RODRIGO VIZEU
DE SÃO PAULO
Os principais líderes políticos do Carajás e do Tapajós acumulam
processos na Justiça. Defensores da divisão do Pará, esses deputados
federais teriam aumentadas suas chances de se eleger senadores ou
governadores se os Estados forem criados.
RODRIGO VIZEU
DE SÃO PAULO
Ex-prefeito de Santarém, maior cidade do Tapajós, o deputado Lira Maia (DEM) é réu em quatro ações penais no Supremo Tribunal Federal por supostos crimes de responsabilidade e crimes envolvendo a Lei das Licitações quando foi prefeito.
Duda Mendonça financia vaquejada no Pará
Divisão do Pará é rejeitada por mais de 60%, diz Datafolha
Plebiscito no Pará causará mágoas na população, diz governador
Famosos reforçam campanhas sobre divisão; veja
Maia ainda é investigado em sete inquéritos no STF sob suspeita, por exemplo, de compra de votos e crime contra a administração pública.
Na região do Carajás, o deputado federal Asdrúbal Bentes (PMDB) lidera a defesa da criação do novo Estado.
Em setembro deste ano, ele foi condenado pelo STF a mais de três anos de prisão por realizar cirurgias de laqueadura em mulheres de Marabá, principal cidade do Carajás, em troca de votos nas eleições municipais de 2004.
De acordo com a sentença, a pena deverá ser cumprida em regime aberto.
Outro com processo é o deputado José Priante (PMDB), réu no STF por desobediência à Justiça em um caso de suposto crime eleitoral. Diferentemente dos demais, ele se diz neutro na campanha da divisão, embora tenha parte significativa de seus votos provenientes do Tapajós.
Primo do ex-deputado Jader Barbalho (PMDB), um dos maiores caciques do Pará, Priante ficou em terceiro lugar na disputa pelo governo do Pará em 2006. Poderia ter vida mais fácil no Tapajós.
O ex-governador Jader Barbalho (PMDB), um dos políticos mais influentes do Pará, se nega a falar publicamente sobre o tema. Segundo aliados, ele é contra a divisão, mas prefere ficar em silêncio por ter votação expressiva nas áreas "separatistas".
Hoje Jader --que é réu em cinco ações penais no STF-- luta para assumir cadeira de senador após o Supremo decidir que a Lei da Ficha Limpa não valeu em 2010.
OUTRO LADO
Lira Maia negou as acusações e disse que todos os processos a que responde têm cunho político. José Priante minimizou a ação a que responde. Ele diz que a Justiça ordenou que apagasse a propaganda num muro, mas não recebeu a notificação. Asdrúbal Bentes não foi localizado.
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