Câmara cria comissão externa para investigar Petrobras
Resultado contou com votos da base aliada e evidencia insatisfação de parlamentares aliados com Dilma Rousseff. Estatal está envolvida em denúncias de pagamento de propina
REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA CÂMARA, AGÊNCIA BRASIL E ESTADÃO CONTEÚDO
12/03/2014 09h38
- Atualizado em
12/03/2014 09h53

O "blocão" entrou
em ação. O grupo informal de parlamentares governistas descontentes com
a articulação política conduzida pelo governo da presidente Dilma
Rousseff, mostrou sua força ao votar em peso pela criação de uma
comissão externa para investigar a Petrobras, acusada de envolvimento
com pagamento de propina. A proposta, aprovada na noite desta
terça-feira (11), contou com 267 votos a favor, 28 contra e 15
abstenções.
O governo chegou a tentar barrar a iniciativa da oposição por meio de
um requerimento pela retirada da proposta. O plenário rejeitou o pedido e
os parlamentares mantiveram em pauta a proposta da oposição. Para o
autor da proposta, o líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA), a
derrota do governo na votação evidencia o tamanho da insatisfação da
base aliada com o Palácio do Planalto. "A presidente vai ver que não
pode tratar o Parlamento como ela trata."Com a criação da comissão, de caráter temporário, os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Fernando Francischini (SDD-PR) devem ir à Holanda para acompanhar a apuração das denúncias de irregularidades relacionadas à Petrobras. Segundo a oposição, a empresa SBM Offshore, com sede na Holanda, pagou propina a funcionários de petroleiras de diversos países, entre elas a Petrobras, para conseguir contratos de locação de plataformas petrolíferas entre os anos de 2005 e 2012.
A aprovação da comissão foi o lance decisivo na crise instalada entre a bancada do PMDB na Câmara e o Palácio do Planalto, gerada por impasses na liberação de emendas parlamentares e na formação de alianças regionais para as eleições deste ano. Os deputados do "blocão", formado por membros do PMDB, PP, PDT, PSC, PR e PROS, reclamam que Dilma tem dado muito mais prioridade aos petistas. No domingo (9) e na segunda-feira (10), a presidente Dilma Rousseff se reuniu com líderes do PMDB para tratar da reforma ministerial e dessas alianças. O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e também líder do "blocão", não foi chamado para nenhuma das reuniões e o gesto foi entendido pela bancada como uma tentativa de isolar o parlamentar fluminense, que tem reclamado da postura do governo.
Nesta quarta-feira (12), os parlamentares do PMDB devem votar a favor do requerimento de convite para que a presidente da Petrobras, Graça Foster, compareça à Câmara para prestar esclarecimentos. De acordo com Cunha, os peemedebistas também votarão requerimento pela convocação do ministro da Saúde, Arthur Chioro. Uma derrota no Legislativo não é boa para qualquer governo. Em ano de eleições, ela é ainda mais preocupante.
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