Efeitos das mudanças climáticas na Amazônia serão projetados por grupo de pesquisadores
Grupo composto por cientistas latino-americanos e europeus define metodologia de análise em reunião que acontece no Inpe, nesta semana
Um
estudo com duração de três anos vai apontar projeções sobre os efeitos
das mudanças climáticas e o desflorestamento nos serviços ambientais da
Amazônia. Vazões de rios para hidrelétricas e disponibilidade de água
para produção de agricultura serão alguns dos serviços analisados nestas
projeções.
O
projeto batizado de Amazalert será desenvolvido por um grupo de
pesquisadores de instituições latino-americanas e européias, que nesta
semana define, em reunião realizada no Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe), a metodologia das análises.
Em entrevista ao portal acrítica.com,
um dos coordenadores do grupo latino-americano, Celso Randow, explicou
que o objetivo é desenvolver um modelo que simule as condições
hidrológicas das Amazônia e como se dará, em até 100 anos, as mudanças
nos ciclos ambientais na região.
“A
gente quer definir quais são estes serviços ambientais e depois avaliar
os impactos causados nestes serviços. Por exemplo, saber como a
floresta regula as águas dos rios”, afirmou Randow, por telefone, de São
José dos Campos, onde fica a sede do Inpe.
A
análise será realizada com base em dados do programa Experimento de
Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), com sede em
Manaus, e em relatórios do IPCC. Eles serão sistematizados em um modelo
climático computacional do sistema climático e passarão por simulações
reproduzidas pelos cientistas.
Segundo
Celso Randow, a relevância da pesquisa está nos resultados apresentados
daqui a três anos, quando será possível entender como funcionam os
efeitos das mudanças climáticas.
“Será
importante para conseguir subsídios à políticas ambientais de proteção.
A gente sabe que, com a mudança climática, o número de eventos extremos
tende a aumentar. É um conhecimento importante para a sociedade
entender como a floresta responde ao clima e a estes eventos”, disse.
O
projeto Amazalert será composto por cientistas de 14 instituições. Ele
será será liderada por Carlos Nobre e Celso Randow, ambos do Inpe, e
Bart Krujit, da Universidade de Wageningen, Países Baixos.
A
reunião inaugural do projeto, orçado em 4,7 milhões de euros
financiados conjuntamente pelo “European 7th Framework Programme” e
organizações nacionais, acontece até nesta quarta-feira, no Inpe, cuja
sede é em São José dos Campos, SP.
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