Pesquisadora do rio subterrâneo planeja mapear toda a bacia amazônica
Elizabeth Pimentel esteve no Amazonas na semana passada realizando análises de temperatura em poços artesianos
Elizabeth Pimentel junto com os pesquisadores Fábio P. Vieira e
Valiya Hamza em atividade de medição de propriedades térmicas de rochas
das bacias sedimentares
Autora
de um estudo que apresentou indícios de um fluxo subterrâneo de água
ainda desconhecido na Amazônia, a pesquisadora Elizabeth Pimentel esteve
no Amazonas (Manaus e Presidente Figueiredo) e em Roraima no final de
setembro, para realizar trabalho de campos em poços da região.
A
pesquisadora, que faz doutorado no Observatório Nacional, no Rio de
Janeiro, planeja agora voltar ao Amazonas para fazer as pesquisas de
campo em outros municípios como Coari, Santa Izabel do Rio Negro e
Benjamim Constant.
“A
próxima etapa por enquanto será continuar o trabalho de perfilagens até
mapear toda a região Amazônica, principalmente a área das bacias
sedimentares. Isso envolverá os outros estados da região Norte”,
explicou a pesquisadora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Na
primeira etapa do estudo, ela esteve no Amazonas (Manaus e Presidente
Figueiredo) e em Roraima no final de setembro, para realizar trabalho de
campo em poços da região, acompanhada de seu orientador, Valiya M.
Hamza.
O objetivo foi reforçar a presença do fluxo de água a partir da medida de temperatura dos poços artesianos.
Em entrevista ao portal acritica.com,
a pesquisadora conta que foram realizadas perfilagens (medida de
temperatura) em 13 poços de até 220 metros de profundidade, além de
medidas de condutividade térmica em amostras específicas das formações
rochosas que compõem as bacias sedimentares.
Poços
Em Manaus, as medidas foram realizadas em poços da empresa Águas do Amazonas instalados nas zonas Norte e Leste.
Os
poços pesquisadores estão longe da profundidade dos poços perfurados
pela Petrobrás na época em que a empresa procurava petróleo na região
amazônica. Mas, segundo Elizabeth, eles são adequadas para os estudos.
“Os
poços não atingem a profundidade dos perfurados pela Petrobrás mas
foram identificados infiltrações de água na vertical no sentido para
baixo. A ideia é que essa análise venha reafirmar a penetração de água.
Mas vou aproveitar estes dados para várias coisas. Tentar ver se a
crosta está aquecendo ou esfriando, já que a pesquisa tem como principal
objetivo fazer a avaliação da variação da temperatura com a
profundidade”, explicou.
Em
Roraima, o trabalho foi realizado na Companhia de Águas e Esgoto de
Roraima, com apoio da Universidade Federal daquele Estado. Em Presidente
Figueiredo, as análises foram realizadas no Serviço Autônomo de Água e
Esgoto.
Parintins
As
pesquisas de campo, segundo Elizabeth Pimentel, são necessárias para
obtenção de dados experimentais e é a partir delas que será possível
fazer as análises e chegar a alguma conclusão.
“No
projeto de doutorado será utilizado apenas o método geotérmico, até
porque ainda tenho vários objetivos para alcançar. Porém em fases
posteriores será possível utilizar outros métodos que possam auxiliar na
identificação do fluxo subterrâneo, como por exemplo, o método
magnetotelúrico que é baseado nas variações do campo magnético terrestre
com o tempo o qual induz fluxo de corrente na Terra”, explicou.
O
“rio” subterrâneo debaixo do rio Amazonas identificado pela
pesquisadora Elizabeth Pimentel, da Universidade Federal do Amazonas
(Ufam) recebeu um novo nome: rio Hamza Parintins, em referência à cidade
natal de Elizabeth.
Hamza é referência ao orientador de Elizabeth, Valiya M. Hamza, que também participa da pesquisa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário