Casa de 445 m² tem traçado contemporâneo e se insere sutilmente entre a vegetação nativa
Luque escolheu um terreno de 1.085 m², no final de uma rua sem saída, com área de mata de preservação permanente ao fundo e à esquerda. Desde o início, a idéia, tanto da proprietária quanto do arquiteto, era interferir o mínimo na exuberante vegetação nativa do lote. Quanto ao projeto, a proprietária desejava uma casa que tivesse condições de receber confortavelmente muitos amigos e familiares, mas que não comprometesse sua privacidade.
Para atender a essas premissas, o arquiteto resolveu dividir o programa em dois pavilhões: um para a residência, e outro para as suítes de hóspedes, interligados por uma ampla área externa. A decisão reduziu o impacto na vegetação -apenas uma árvore de pequeno porte foi retirada-, propiciou a desejada privacidade da moradora e ainda aproveitou a ventilação e a iluminação naturais pelo uso de grandes portas de correr de vidro, presentes em quase todos os espaços.
Living, deck, floresta
O pavilhão principal acomoda a suíte da proprietária, o espaço estar e jantar, lavabo, pequena cozinha, despensa, depósito e área de serviço. A área da piscina, voltada para a mata preservada e alinhada à frente desse bloco, reúne jardins, solário e um grande deck de cumaru, que também serve como varanda. Um toldo de poliéster branco, microperfurado, preso por fios e ilhós a perfis tubulares apoiados na estrutura de madeira da cobertura, protege a varanda e os ambientes internos do excesso de sol e luminosidade.O segundo bloco é ocupado por três suítes destinadas aos hóspedes e está conectado ao primeiro pela área social aberta, onde foi instalada uma cozinha do tipo gourmet e um pátio criado junto a uma grande árvore da espécie maçaranduba. No total, a área construída dos dois blocos é de 445m².
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O pavilhão quadrado, o alto do desenho, é a residência principal,
que contém o living, cozinha, lavabo e a suíte principal; o segundo
bloco, retangular, acomoda as três suítes de hóspedes
Estrutura
De acordo com André Luque, as características do solo no local determinaram a execução da fundação em concreto armado. O piso da casa foi elevado, o que eliminou os problemas de umidade e contribuiu para a melhoria do sistema de ventilação natural.Sobre a base de concreto, foi montada a estrutura de madeira: pilares, vigas e estrutura da cobertura. O arquiteto explica que o uso da madeira não apenas agilizou a execução (a estrutura foi montada em uma semana e a casa concluída em cinco meses), mas também enfatizou a desejada integração com a natureza.
A madeira escolhida, o cumaru, é originária do norte do país e produzida em manejo sustentável. Além de dura e resistente, suas peças recebem um tratamento especial para a conservação. As peças chegam já prontas para encaixe e montagem no canteiro. A empresa responsável pelo projeto estrutural, fabricação das peças e montagem foi a Ita Construtora, do engenheiro Hélio Olga, de São Paulo.
Ventilação natural
Uma atenção especial foi dada pelo arquiteto ao sistema de ventilação natural dos dois pavilhões. A estrutura de madeira foi projetada com duas vigas paralelas em todo o perímetro superior dos blocos. Nas vigas inferiores foram fixados os painéis de vidro de correr, enquanto as vigas superiores apóiam a cobertura. O espaço criado entre essas vigas permite a ventilação cruzada mesmo quando os painéis de vidro estão fechados e recebeu proteção de telas para evitar a entrada de insetos.Na cobertura foram utilizadas placas OSB do tipo sanduíche, protegidas por mantas impermeabilizantes. Na parte voltada para o interior da casa, as placas foram pintadas de branco. No piso, o arquiteto utilizou fulguet branco. Todo o mobiliário da casa foi projetado pelo próprio André Luque, e executado em angelim por marceneiros locais.
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