domingo, 2 de outubro de 2011

Aqui tem também Arquitetura. ?????

Casa de 445 m² tem traçado contemporâneo e se insere sutilmente entre a vegetação nativa

Divulgação
 

Casa Busca Vida

Camaçari, BA

Arquitetura

- André Luque Arquitetura
Nesse projeto, o primeiro dos seis executados pelo arquiteto paulista André Luque na praia de Busca Vida, costa norte da Bahia, sua participação teve início desde a compra do terreno. A proprietária pediu sua ajuda para a escolha de um lote no condomínio Busca Ville, no município de Camaçari, a 40 km de Salvador. Ela queria um lugar tranquilo e em contato com a natureza.
Luque escolheu um terreno de 1.085 m², no final de uma rua sem saída, com área de mata de preservação permanente ao fundo e à esquerda. Desde o início, a idéia, tanto da proprietária quanto do arquiteto, era interferir o mínimo na exuberante vegetação nativa do lote. Quanto ao projeto, a proprietária desejava uma casa que tivesse condições de receber confortavelmente muitos amigos e familiares, mas que não comprometesse sua privacidade.
Para atender a essas premissas, o arquiteto resolveu dividir o programa em dois pavilhões: um para a residência, e outro para as suítes de hóspedes, interligados por uma ampla área externa. A decisão reduziu o impacto na vegetação -apenas uma árvore de pequeno porte foi retirada-, propiciou a desejada privacidade da moradora e ainda aproveitou a ventilação e a iluminação naturais pelo uso de grandes portas de correr de vidro, presentes em quase todos os espaços.

Living, deck, floresta

O pavilhão principal acomoda a suíte da proprietária, o espaço estar e jantar, lavabo, pequena cozinha, despensa, depósito e área de serviço. A área da piscina, voltada para a mata preservada e alinhada à frente desse bloco, reúne jardins, solário e um grande deck de cumaru, que também serve como varanda. Um toldo de poliéster branco, microperfurado, preso por fios e ilhós a perfis tubulares apoiados na estrutura de madeira da cobertura, protege a varanda e os ambientes internos do excesso de sol e luminosidade.
O segundo bloco é ocupado por três suítes destinadas aos hóspedes e está conectado ao primeiro pela área social aberta, onde foi instalada uma cozinha do tipo gourmet e um pátio criado junto a uma grande árvore da espécie maçaranduba. No total, a área construída dos dois blocos é de 445m².
  • Arte UOL O pavilhão quadrado, o alto do desenho, é a residência principal, que contém o living, cozinha, lavabo e a suíte principal; o segundo bloco, retangular, acomoda as três suítes de hóspedes

Estrutura

De acordo com André Luque, as características do solo no local determinaram a execução da fundação em concreto armado. O piso da casa foi elevado, o que eliminou os problemas de umidade e contribuiu para a melhoria do sistema de ventilação natural.
Sobre a base de concreto, foi montada a estrutura de madeira: pilares, vigas e estrutura da cobertura. O arquiteto explica que o uso da madeira não apenas agilizou a execução (a estrutura foi montada em uma semana e a casa concluída em cinco meses), mas também enfatizou a desejada integração com a natureza.
A madeira escolhida, o cumaru, é originária do norte do país e produzida em manejo sustentável. Além de dura e resistente, suas peças recebem um tratamento especial para a conservação. As peças chegam já prontas para encaixe e montagem no canteiro. A empresa responsável pelo projeto estrutural, fabricação das peças e montagem foi a Ita Construtora, do engenheiro Hélio Olga, de São Paulo.

Ventilação natural

Uma atenção especial foi dada pelo arquiteto ao sistema de ventilação natural dos dois pavilhões. A estrutura de madeira foi projetada com duas vigas paralelas em todo o perímetro superior dos blocos. Nas vigas inferiores foram fixados os painéis de vidro de correr, enquanto as vigas superiores apóiam a cobertura. O espaço criado entre essas vigas permite a ventilação cruzada mesmo quando os painéis de vidro estão fechados e recebeu proteção de telas para evitar a entrada de insetos.
Na cobertura foram utilizadas placas OSB do tipo sanduíche, protegidas por mantas impermeabilizantes. Na parte voltada para o interior da casa, as placas foram pintadas de branco. No piso, o arquiteto utilizou fulguet branco. Todo o mobiliário da casa foi projetado pelo próprio André Luque, e executado em angelim por marceneiros locais.
 
Foto 1 de 8 - Vista da piscina a partir do solário. Ao fundo, a área reservada para pendurar redes é integrada à área de preservação permanente. A varanda é protegida da insolação direta pelo toldo de poliéster reforçado e microperfurado (da Soltis)

Foto 2 de 8 - Em primeiro plano, a piscina revestida de pastilha de vidro verde (Colormix) com borda infinita. Ao fundo, os ambientes do pavilhão principal integrados com a varanda

Foto 3 de 8 - O acesso social é feito pela rampa que passa por baixo de um robusto galho da maçaranduba, na frente do terreno. Sob a árvore, foi projetado um pátio revestido de pedra portuguesa que leva à cozinha gourmet. À esquerda, no alto do pavilhão principal, é possível ver a abertura de ventilação entre as duas vigas paralelas de cumaru que percorrem o perímetro do bloco

Foto 4 de 8 - A varanda/deck que integra piscina e o living da casa é protegida pelo toldo de poliéster branco microperfurado. Ao fundo, o espaço para as redes pertence ao jardim e desfruta da proximidade da área de preservação ambienta

Foto 5 de 8 - Circulação entre os bloco das suítes de hóspedes, à esquerda, e a residência. Ao fundo, a rampa de acesso social

Foto 6 de 8 - Vista do pavilhão principal, a partir da piscina. As grandes portas de correr envidraçadas transformam o living em uma grande varanda

Foto 7 de 8 - A casa a partir do espaço das redes: à esquerda, o pavilhão das suítes de hóspedes, e à direita, o pavilhão principal. Os pavilhões ficam elevados do solo, o que minimiza problemas de umidade, e melhora o conforto térmico ao permitir a ventilação sob o piso. O recurso também mantém a permeabilidade do solo

Foto 8 de 8 - No ambiente de estar, a bela estrutura de madeira da cobertura foi deixada aparente, marcando o forro de placas de OSB (Evalon, da Alwitra) pintadas de branco. No piso foi aplicado de fulget, também branco






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