08/10/2011
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10h34
Reunindo EUA, Europa e Japão, o Alma, maior conjunto de radiotelescópios já feito, começou a funcionar em configuração provisória.
Orçado em € 1,2 bilhão, o conjunto opera apenas com 16 antenas. Mas, mesmo nessa escala, ele já é o mais potente de sua categoria.
Quando ficar pronto, por volta de 2014, o Alma terá 66 radiotelescópios, distribuídos numa área de cerca de 7.000 m2, quase o tamanho de um campo de futebol.
A disposição dos aparelhos é tal que, grosso modo, o conjunto equivale um radiotelescópio gigante, com o tamanho da distância entre as duas antenas mais afastadas.
Com isso, os pesquisadores esperam ver coisas jamais antes observadas no Cosmos, como a formação de planetas em tempo real, que permitirá estudar seu nascimento.
"O Alma irá investigar a região do espectro eletromagnético entre o infravermelho e o rádio, uma parte até hoje muito pouco explorada. Com isso, estamos literalmente abrindo uma nova janela para o Universo", diz Wolfgang Wild, pesquisador do ESO (Observatório Europeu do Sul) envolvido com o projeto.
A área do projeto fica a 5.000 metros de altitude no deserto do Atacama
(Chile), onde a pressão atmosférica é metade da existente no nível do
mar. Graças a isso, há muito menos interferência do ar nas observações.
Em compensação, o ambiente é tão inóspito que não haveria como manter pessoas durante longos períodos lá. Por isso, o centro de controle ficará numa região mais baixa, a 2.900 m de altitude.
Além de poder trabalhar com o Alma por meio da entrada do Brasil no ESO (decisão que ainda pende por aprovação no Congresso), pesquisadores nacionais, em parceria com a Argentina, têm outras ideias ambiciosas para a radioastronomia.
Eles estão tocando o projeto Llama, que consiste na instalação de uma antena similar às que estão sendo usadas no Atacama a 200 km de distância do Alma.
"Isso permitiria fazer experiências usando os dois ao mesmo tempo", afirma Jacques Lépine, pesquisador do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP que coordena o desenvolvimento do Llama pelo lado brasileiro.
Além de operar junto com o Alma, o Llama poderia fazer observações individuais. Lépine diz que há boa vontade mútua entre os dois esforços para futura cooperação.
Telescópios de € 1,2 bilhão entram em ação
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SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quem poderia imaginar que o projeto mais caro da história da astronomia
em solo não seria para ver o espaço, mas para "escutá-lo"?
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Reunindo EUA, Europa e Japão, o Alma, maior conjunto de radiotelescópios já feito, começou a funcionar em configuração provisória.
Orçado em € 1,2 bilhão, o conjunto opera apenas com 16 antenas. Mas, mesmo nessa escala, ele já é o mais potente de sua categoria.
Quando ficar pronto, por volta de 2014, o Alma terá 66 radiotelescópios, distribuídos numa área de cerca de 7.000 m2, quase o tamanho de um campo de futebol.
A disposição dos aparelhos é tal que, grosso modo, o conjunto equivale um radiotelescópio gigante, com o tamanho da distância entre as duas antenas mais afastadas.
Com isso, os pesquisadores esperam ver coisas jamais antes observadas no Cosmos, como a formação de planetas em tempo real, que permitirá estudar seu nascimento.
"O Alma irá investigar a região do espectro eletromagnético entre o infravermelho e o rádio, uma parte até hoje muito pouco explorada. Com isso, estamos literalmente abrindo uma nova janela para o Universo", diz Wolfgang Wild, pesquisador do ESO (Observatório Europeu do Sul) envolvido com o projeto.
ESO /Efe | ||
Conjunto de antenas no deserto do Atacama verá planetas em formação |
Em compensação, o ambiente é tão inóspito que não haveria como manter pessoas durante longos períodos lá. Por isso, o centro de controle ficará numa região mais baixa, a 2.900 m de altitude.
Além de poder trabalhar com o Alma por meio da entrada do Brasil no ESO (decisão que ainda pende por aprovação no Congresso), pesquisadores nacionais, em parceria com a Argentina, têm outras ideias ambiciosas para a radioastronomia.
Eles estão tocando o projeto Llama, que consiste na instalação de uma antena similar às que estão sendo usadas no Atacama a 200 km de distância do Alma.
"Isso permitiria fazer experiências usando os dois ao mesmo tempo", afirma Jacques Lépine, pesquisador do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP que coordena o desenvolvimento do Llama pelo lado brasileiro.
Além de operar junto com o Alma, o Llama poderia fazer observações individuais. Lépine diz que há boa vontade mútua entre os dois esforços para futura cooperação.
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