27/10/2011 - 08h00
Enviada especial a Israel *
Em meio à poeira típica do clima desértico do Oriente Médio, em
contraste com o amarelo das montanhas que cercam a região de Ein Gedi,
encontra-se um oásis de cor azul clara, contornado por uma borda branca.
Visto do alto ou contemplado às suas margens, o Mar Morto dificilmente
não causa um impacto à primeira vista.
Mas não se intimide pelo nome. Localizado na fronteira entre Israel e Jordânia, a cerca de 400 metros abaixo do nível da superfície, o Mar Morto é assim chamado porque a imensa quantidade de sal presente em suas águas inviabiliza qualquer tipo de vida no local - sua salinidade é de 33% (dez vezes maior que a dos oceanos). E é do sal que vem a coloração branca de sua borda, que é formada por bolinhas de sal cristalizado.
No Mar Morto estão presentes 21 minerais, que fazem com que suas águas sejam consideradas terapêuticas, pois são ricas em potássio, magnésio, bromo, entre outros. Além dos sais, há uma grande quantidade de lama negra do fundo do mar que também é utilizada em tratamentos dermatológicos e estéticos graças às suas propriedades medicinais. Tudo isso faz com que mais turistas procurem o local a fim de experimentar esses benefícios. (Leia mais sobre o assunto aqui).
Mas não é preciso estar com problemas dermatológicos ou interessado em
uma limpeza de pele para usufruir de uma visita no Mar Morto. Por conta
da alta concentração de sais, sua água é densa e permite que qualquer um
boie naturalmente. Além da sensação de bem-estar, boiar ali pode ser
também divertido pelo inusitado – só isso já vale o passeio. Só fique
atento a um detalhe: não mergulhe. A ardência causada pelo contato da
água extremamente salgada com os olhos é insuportável.
Na região do Mar Morto, há diversas opções de hospedagem, que incluem desde albergues e pensões mais em conta até hotéis cinco estrelas com spas luxuosos. Nos arredores, há outras atrações também para quem não quer procura algo mais aventureiro do que ficar boiando. Há excursões de jipe e bicicleta, passeios em camelos, rapel, além de atividades culturais e experiências curiosas, como visitar em Israel a Reserva Natural Ein Gedi (um antigo Kibbutz próximo ao local) e as ruínas da fortaleza de Massada (onde havia o palácio do rei Herodes). Do lado da Jordânia, há outros passeios relativamente próximos também, como o Monte Nebo (de onde Moisés teria avistado a terra prometida) e o rio Jordão.
Tesouro nas cavernas
Há ainda um episódio importante da História envolvendo o local. Em 1947, foram encontrados manuscritos bíblicos dentro de jarras, mantidos em cavernas em Qumran, próximo do Mar Morto. Supõe-se que os documentos foram escondidos ali para evitar que os romanos os destruíssem.
Até o momento, foram descobertos 800 pergaminhos no local, sendo que o de Isaías é o maior e o mais bem preservado, além de ser o mais completo. Os manuscritos estão no Museu de Israel, em Jerusalém, num espaço criado especialmente para abrigar o material, o Museu do Livro, que foi construído na forma da tampa de uma jarra – semelhante àquelas em que os pergaminhos foram encontrados.
A boa notícia é que, além dos visitantes do museu, em breve qualquer pessoa com acesso à internet poderá ver os escritos bíblicos do Mar Morto. O Google, em parceria com o museu, está digitalizando, traduzindo e reconstruindo o material até que as imagens ganhem o aspecto original.
Foto 1 de 30 - Visto do alto ou contemplado às suas margens, o Mar Morto dificilmente não causa um impacto à primeira vista
Foto 2 de 30 - O Mar Morto é assim chamado porque a imensa quantidade de sal presente em suas águas inviabiliza qualquer tipo de vida no local
Foto 4 de 30 - A
redução em 98% do volume do rio Jordão e a exploração industrial
desenfreada para extrair minerais do Mar Morto ameaçam a existência
desse patrimônio natura
Foto 5 de 30 - As margens do Mar Morto são brancas, formadas por cristais de sal
Foto 6 de 30 - No Mar Morto estão presentes 21 minerais, que fazem com que suas águas sejam consideradas terapêuticas
Foto 7 de 30 - Por conta da alta concentração de sais, sua água é densa e permite que qualquer um boie naturalmente
Foto 8 de 30 - A salinidade do Mar Morto é de 33% - dez vezes maior que a dos oceanos
Foto 9 de 30 - Segundo especialistas, suas águas estão diminuindo um metro por ano, o que faria com que o mar pode desaparecer em 40 anos
Foto 11 de 30 - Durante à noite, com os hotéis iluminados, é possível notar a grande quantidade de estabelecimentos às margens do Mar Morto
Foto 12 de 30 - Do alto da fortaleza de Massada, já é possível ver o Mar Morto e seu contorno
Foto 13 de 30 - Turista boia nas águas do Mar Morto
Foto 14 de 30 - Detalhe
dos cristais de sal no fundo do Mar Morto. A água é límpida a ponto de
ser possível observar o solo sem precisar mergulha
Foto 15 de 30 - As
margens do Mar Morto estão cercadas de pedras ou cristais de sal. É
recomendável entrar na água de chinelos para não machucar os pés
Foto 16 de 30 - Alguns hotéis que ficam às margens do Mar Morto, do lado de Israel
Foto 17 de 30 - As
margens do Mar Morto estão cercadas de pedras ou cristais de sal. É
recomendável entrar na água de chinelos para não machucar os pés
Foto 18 de 30 - Na
região do Mar Morto, há diversas opções de hospedagem, que incluem
desde albergues e pensões mais em conta até hotéis cinco estrelas com
spas luxuosos
Foto 19 de 30 - Muitos hotéis fizeram de alguns trechos do Mar Morto praias particulares, com quiosques, cadeiras e guarda-sóis para os turistas
Foto 20 de 30 - Galhos secos cobertos de sal espalhados pelo Mar Morto, em uma área menos turística (foto de 2008
Foto 21 de 30 - Detalhe de uma pedra coberta de sal cristalizado, com turista boiando no Mar Morto ao fundo (foto de 2008)
Foto 22 de 30 - Muitos hotéis fazem de alguns trechos do Mar Morto praias particulares, com quiosques, cadeiras e guarda-sóis para os turistas
Foto 23 de 30 - Hotéis prometem disponibilizar nas piscinas internas de seus spas a água do Mar Morto
Foto 25 de 30 - Se
não puder usufruir de um tratamento em um spa não se preocupe. Muitos
compram pacotes com a substância e aplicam na praia, durante o banho de
sol
Foto 26 de 30 - Turistas cobrem seus corpos com a lama negra, encontrada no fundo do Mar Morto
Foto 27 de 30 - A
aplicação da lama negra quente serve para relaxar e descontrair os
músculos. A substância é utilizada em vários tratamentos nos spas da
regiã
Foto 28 de 30 - Turista
posa lendo jornal no Mar Morto, em Amã, na Jordânia. Tirar fotos nessa
pose virou um clássico - tanto que muitos não se preocupam em fingir que
estão realmente boiando e lendo o jornal - como este turista da foto,
que lê o "Jordan Times" ao contrário (foto de 1999)
Foto 30 de 30 - O Mar Morto está localizado na fronteira entre Israel e Jordânia, a cerca de 400 metros abaixo do nível da superfície
Alta concentração de sal e baixa altitude fazem do Mar Morto um lugar único
DÉBORA COSTA E SILVAEnviada especial a Israel *
Mas não se intimide pelo nome. Localizado na fronteira entre Israel e Jordânia, a cerca de 400 metros abaixo do nível da superfície, o Mar Morto é assim chamado porque a imensa quantidade de sal presente em suas águas inviabiliza qualquer tipo de vida no local - sua salinidade é de 33% (dez vezes maior que a dos oceanos). E é do sal que vem a coloração branca de sua borda, que é formada por bolinhas de sal cristalizado.
No Mar Morto estão presentes 21 minerais, que fazem com que suas águas sejam consideradas terapêuticas, pois são ricas em potássio, magnésio, bromo, entre outros. Além dos sais, há uma grande quantidade de lama negra do fundo do mar que também é utilizada em tratamentos dermatológicos e estéticos graças às suas propriedades medicinais. Tudo isso faz com que mais turistas procurem o local a fim de experimentar esses benefícios. (Leia mais sobre o assunto aqui).
NÚMEROS DO MAR MORTO
-
33%
salinidade
-
21
minerais em suas águas
-
400 metros *
abaixo do nível da superfície
-
em 40 anos
pode ser extinto
-
625 km²
de superfície
Na região do Mar Morto, há diversas opções de hospedagem, que incluem desde albergues e pensões mais em conta até hotéis cinco estrelas com spas luxuosos. Nos arredores, há outras atrações também para quem não quer procura algo mais aventureiro do que ficar boiando. Há excursões de jipe e bicicleta, passeios em camelos, rapel, além de atividades culturais e experiências curiosas, como visitar em Israel a Reserva Natural Ein Gedi (um antigo Kibbutz próximo ao local) e as ruínas da fortaleza de Massada (onde havia o palácio do rei Herodes). Do lado da Jordânia, há outros passeios relativamente próximos também, como o Monte Nebo (de onde Moisés teria avistado a terra prometida) e o rio Jordão.
Tesouro nas cavernas
Há ainda um episódio importante da História envolvendo o local. Em 1947, foram encontrados manuscritos bíblicos dentro de jarras, mantidos em cavernas em Qumran, próximo do Mar Morto. Supõe-se que os documentos foram escondidos ali para evitar que os romanos os destruíssem.
Até o momento, foram descobertos 800 pergaminhos no local, sendo que o de Isaías é o maior e o mais bem preservado, além de ser o mais completo. Os manuscritos estão no Museu de Israel, em Jerusalém, num espaço criado especialmente para abrigar o material, o Museu do Livro, que foi construído na forma da tampa de uma jarra – semelhante àquelas em que os pergaminhos foram encontrados.
A boa notícia é que, além dos visitantes do museu, em breve qualquer pessoa com acesso à internet poderá ver os escritos bíblicos do Mar Morto. O Google, em parceria com o museu, está digitalizando, traduzindo e reconstruindo o material até que as imagens ganhem o aspecto original.
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O Mar Morto está localizado na fronteira entre Israel e Jordânia, a cerca de 400 metros abaixo do nível da superfície
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