sábado, 22 de outubro de 2011

Um passeio pelo Velho Chico, lindo os lugares.

20/10/2011 - 16h15

Sertão de Sergipe abriga um dos maiores cânions navegáveis do mundo

DANIELLE NORONHA
Colaboração para o UOL Viagem, de Xingó

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Se nas margens do São Francisco nasceu a beleza, ela com certeza se espalhou por todo seu percurso e escondeu em meio às suas águas uma das maiores maravilhas naturais do nordeste.
Quem visita Sergipe tem muitas opções de passeios próximos à capital, Aracaju. Um dos mais indicados pelos moradores locais e guias turísticos da região é o Cânion do Xingó, localizado no sertão do Estado, a 213 km da capital. Além de ser o quinto maior do mundo, é o maior navegável, formado por belas rochas areníticas que parecem ter sido talhadas à mão.

Foto 1 de 23 - No sertão de Sergipe está um dos maiores cânions navegáveis do mundo, o Xingó. Para visitá-lo, é preciso navegar 17 km pelo rio São Francisco a partir da cidade de Canindé de São Francisco
Para visitar o cânion é preciso navegar 17 km pelo Rio São Francisco a partir da cidade de Canindé de São Francisco. De um lado está Sergipe e do outro, Alagoas. Diversas belezas naturais são vistas por quem viaja nas águas do Velho Chico entre esses dois estados.
O passeio pode ser feito de lancha, por duas horas, ou de catamarã. Ambos saem do dique 2 do lago de Xingó, em um restaurante que serve deliciosas porções e pratos com preço médio de R$ 30.
Se optar em ir de catamarã até o cânion, o passeio dura cerca de três horas. No percurso, os turistas ouvem músicas típicas nordestinas, como o forró, e são guiados pela tripulação para ver alguns locais importantes durante o trajeto. O catamarã vende bebidas e porções.
No meio do caminho, os turistas podem observar uma demonstração da fé dos moradores do nordeste: uma imagem de São Francisco colocada em meio às rochas, em 1996. Ao longo do trajeto também há diversas amostras do que se verá no cânion: belíssimos paredões rochosos esculpidos pelo tempo e pelo clima que, por diversas vezes, parecem ter formas perfeitas, como de alguns animais, a exemplo do Morro dos Macacos.
O cânion fica ao redor do Lago Justino, formado pelas águas verdes do rio, que em alguns trechos atinge 190 m de profundidade. As rochas de 50 m de altura, que possuem cerca de 60 mil anos, ainda guardam vestígios dos primeiros habitantes da região, que viveram por lá há mais de oito mil anos.
O lugar mais bonito do passeio é a Gruta do Talhado, onde é possível fazer uma parada de uma hora (para quem vai de catamarã) para mergulho numa área com profundidade de 15 metros.  Se você não sabe nadar, não tem problema: há uma área reservada, protegida por redes, também recomendada para as crianças. Para chegar ao final da gruta é necessário fazer a navegação em canoas (paga-se uma taxa extra).
Para quem sai de Aracaju, a viagem até o local demora cerca de três horas. O percurso inclui a passagem por diversas cidades do interior do estado, como Redondo, região próxima de onde morreu Lampião, em 1938.
Quem está em Alagoas também pode visitar o Cânion do Xingó. São 290 km da capital, Maceió, até a cidade alagoana mais próxima, Piranhas.
  • Danielle Noronha/UOL Graças ao seu tamanho, o rio São Francisco ficou conhecido como “rio tão grande como o mar”
O velho Chico
O Rio São Francisco, um dos mais importantes do país, tem 2800 km de extensão que vai de Minas Gerais até o estado de Alagoas. No total são 510 municípios banhados pelo Velho Chico, sendo 13 em Sergipe e 11 em Alagoas. Seu tamanho fez com que ficasse conhecido pelos índios tupi-guaranis, que antigamente habitavam a região do Xingó, como “rio tão grande como o mar”.
A região do cânion do Xingó não era navegável até a construção da Usina Hidroelétrica do Xingó, a mais moderna do país, que deu origem ao reservatório de 65km de extensão. É a terceira maior genuinamente brasileira, que produz 500 mw de energia por segundo e é responsável por atender 25% da região do nordeste. Ela começou a ser construída em 1997 e ficou pronta dez anos depois.
Com a construção da usina, foram encontradas por arqueólogos diversas peças fundamentais do passado da região, algumas com aproximadamente oito mil anos. Elas podem ser visitadas no Museu de Arqueologia de Xingó (MAX). Mais informações no site do museu: http://max.org.br/
Como chegar
Para quem sai de Aracaju, pode pegar a BR-101, no sentido Aracaju-Maceió, depois seguir pela rodovia SE-206, passando pelo município de Poço Redondo. Também é possível pegar a BR-235, para Itabaiana, seguindo pelas rodovias SE-106 até Nossa Senhora da Glória e depois SE-206.

Foto 2 de 23 - Restaurante de onde sai o catamarã para levar turistas ao cânion do Xingó. O estabelecimento serve porções e diferentes tipos de pratos

Foto 3 de 23 - Um dos catamarãs que fazem o passeio nas águas do rio São Francisco até o cânion do Xingó

Foto 4 de 23 - Casa à beira do rio São Francisco e imagem do Cristo Redentor (ao fundo, branca) são vistos durante o passeio ao cânion do Xingó

Foto 5 de 23 - Barcos ancorados nas águas do rio São Francisco no trajeto até o cânion do Xingó, em Sergipe

Foto 6 de 23 - Diversas belezas naturais são vistas por quem viaja nas águas do Velho Chico entre Sergipe e Alagoas

Foto 7 de 23 - Marinheiro explica como usar o colete salva-vidas para os passageiros do catamarã que segue rumo ao cânion do Xingó, a 213 km de Aracaju

Foto 8 de 23 - O tamanho do rio São Francisco fez com que ficasse conhecido pelos índios tupi-guaranis, que antigamente habitavam a região do Xingó, como "rio tão grande como o mar"

Foto 9 de 23 - Nesse ponto do rio São Francisco, de um lado está o estado de Alagoas e do outro o de Sergipe

Foto 10 de 23 - Paredões rochosos já aparecem ao longo do percurso no rio São Francisco até o cânion Xingó

Foto 11 de 23 - Formação rochosa parece ter sido talhada à mão no rio São Francisco, entre Sergipe e Alagoas

Foto 12 de 23 - Imagem de São Francisco dentro de uma das formações rochosas no caminho para o cânion do Xingó. A imagem foi colocada em meio às rochas em 1996 num ato de demonstração de fé

Foto 13 de 23 - Paredões rochosos aparecem frequentemente ao longo dos 17 km de navegação pelo rio São Francisco

Foto 14 de 23 - Local de parada para mergulho na gruta do Talhado, onde a profundidade da área chega a 15 metros

Foto 15 de 23 - Para chegar ao final da gruta do Talhado é necessário navegar em canoas por cinco minutos pagando uma taxa extra

Foto 16 de 23 - Cactos são vistos durante passeio até o final da gruta do Talhado

Foto 17 de 23 - Gruta do Talhado vista por dentro durante passeio de canoa

Foto 18 de 23 - Pequena imagem de São Francisco é encontrada no final da gruta do Talhado

Foto 19 de 23 - Local reservado para mergulho na gruta do Talhado, com profundidade de 15 metros. Mas para quem não sabe nadar, há uma área reservada, protegida por redes, também recomendada para as crianças por ser mais segura

Foto 20 de 23 - Há atrações ao longo de todo o passeio pelo rio São Francisco rumo ao cânion do Xingó

Foto 21 de 23 - O cânion do Xingó fica ao redor do Lago Justino, formado pelas águas verdes do rio, que em alguns trechos atinge 190 m de profundidade

Foto 22 de 23 - Detalhe das rochas que compõem o cânion do Xingó, em Sergipe

Foto 23 de 23 - Diversas belezas naturais são vistas por quem viaja nas águas do Velho Chico entre os estados de Sergipe e Alagoas

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