FAB apresenta avião 'quarentão' que patrulhará o pré-sal
30 de setembro de 2011 • 11h22
• atualizado às 11h40
Aeronave fabricada na década de 1960 passou por processo de modernização na Espanha
Foto: FAB/Divulgação
Foto: FAB/Divulgação
A Força Aérea Brasileira (FAB) apresenta nesta sexta-feira seus dois
primeiros aviões de patrulha marítima P-3 AM Orion modernizados. Mais
nova aquisição da Aeronáutica, a aeronave - fabricada na década de 1960 -
devolve à FAB a capacidade de detectar, localizar, identificar e, se
necessário, afundar submarinos na costa brasileira. Segundo a FAB, esses
são os primeiros de nove aeronaves que serão empregadas na patrulha da
área de extração do petróleo da camada do pré-sal, no Oceano Atlântico.
Conheça o P-3 AM Orion, o guardião "quarentão" do pré-sal
Com o P-3 AM, a FAB espera se equiparar às principais potências do mundo na guerra antissubmarina (ASW, na sigla em inglês). O Brasil não realizava missões ASW desde a desativação do P-16 Tracker, em 1996. Desde então, a FAB contava apenas com os P-95 "Bandeirulha", baseados no avião comercial Bandeirante, uma aeronave menor e com diferenças operacionais, sem a capacidade de combater submarinos.
Além da capacidade ASW, o P-3 AM também carrega armamentos como os mísseis Harpoon, capazes de afundar navios de guerra além do alcance visual. Com quatro motores, a aeronave tem grande autonomia, podendo permanecer em voo durante 16 horas - isso equivale a uma viagem do Recife (PE) a Madri, na Espanha, sem escalas. Os sensores eletrônicos embarcados na aeronave são os mais modernos que existem, segundo a FAB. Tudo isso confere ao P-3 AM a capacidade estratégica de vigilância marítima de longo alcance.
A aeronave chegou ao Brasil no final de julho deste ano, após um processo de revitalização na Espanha. Ao todo, o governo brasileiro encomendou 12 aeronaves - fabricadas entre 1964 e 1965 nos Estados Unidos -, das quais nove serão modernizadas. Apesar da idade avançada do modelo, a FAB afirma que os sensores para o monitoramento da costa brasileira instalados no Orion são "o estado da arte" da aviação, semelhantes aos equipamentos mais modernos em atividade no mundo.
Soberania
A Petrobras estima que a camada do pré-sal contenha o equivalente a cerca de 1,6 trilhão de m³ de gás e óleo. Caso a estimativa seja confirmada, o Brasil ficará entre os seis países que possuem as maiores reservas de petróleo do mundo, atrás somente de Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Emirados Árabes. Toda essa riqueza encontra-se no Oceano Atlântico, na zona econômica exclusiva (ZEE) brasileira. A nova aeronave estará envolvida na vigilância dessa área.
Além do patrulhamento dessa área estratégica, o P-3 AM assumirá um papel determinante nas missões de busca e salvamento. Por força da Convenção de Chicago, da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), o Brasil é responsável pela busca e salvamento de aeronaves e navios numa área com 6 milhões de km² (praticamente todo o Atlântico Sul). Os P-3 AM da FAB equipam o Esquadrão Orungam (1º/7º GAV) que opera na Base Aérea de Salvador (BA).
A nova aeronave, de acordo com a FAB, também ajudará na defesa do meio ambiente, identificando os responsáveis pelo derramamento de óleo, tanto acidentais quanto provocados. "Algumas embarcações que transportam petróleo costumam lavar os tanques com a água do mar. Essa prática criminosa deixa uma mancha de óleo que polui e afeta a vida marinha. Os sensores do P-3 AM conseguem identificar os rastros na superfície do mar e, desta forma, identificar a embarcação de origem, mesmo muitas horas depois da abertura dos tanques", diz a FAB em nota. O P-3 AM pode fotografar o navio infrator e encaminhar as fotos com um relatório para as autoridades ambientais, como prova para a aplicação de multas.
Outra atividade ilegal que a aeronave certamente poderá combater é a pesca na Zona Econômica Exclusiva do Brasil, uma faixa de 370 km a partir da costa brasileira. As embarcações estrangeiras que praticarem a pesca nessa área também poderão receber multas.
A aeronave
O P-3 AM é a versão militar do famoso avião comercial Lockheed Electra II, que ficou conhecido no Brasil como o avião utilizado na ponte aérea Rio de Janeiro-São Paulo, de 1975 até 1991. A versão militar foi inicialmente concebida para a Marinha dos Estados Unidos, como aeronave especializada em guerra antissubmarina e patrulhamento marítimo. Posteriormente, foi adquirido por outros países, principalmente por integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), chegando a ser operado por 17 nações.
Aeronave fabricada na década de 1960 passou por processo de modernização na Espanha
Aeronave devolve ao Brasil capacidade de guerra antissubmarina
Conheça o P-3 AM Orion, o guardião "quarentão" do pré-sal
Com o P-3 AM, a FAB espera se equiparar às principais potências do mundo na guerra antissubmarina (ASW, na sigla em inglês). O Brasil não realizava missões ASW desde a desativação do P-16 Tracker, em 1996. Desde então, a FAB contava apenas com os P-95 "Bandeirulha", baseados no avião comercial Bandeirante, uma aeronave menor e com diferenças operacionais, sem a capacidade de combater submarinos.
Além da capacidade ASW, o P-3 AM também carrega armamentos como os mísseis Harpoon, capazes de afundar navios de guerra além do alcance visual. Com quatro motores, a aeronave tem grande autonomia, podendo permanecer em voo durante 16 horas - isso equivale a uma viagem do Recife (PE) a Madri, na Espanha, sem escalas. Os sensores eletrônicos embarcados na aeronave são os mais modernos que existem, segundo a FAB. Tudo isso confere ao P-3 AM a capacidade estratégica de vigilância marítima de longo alcance.
A aeronave chegou ao Brasil no final de julho deste ano, após um processo de revitalização na Espanha. Ao todo, o governo brasileiro encomendou 12 aeronaves - fabricadas entre 1964 e 1965 nos Estados Unidos -, das quais nove serão modernizadas. Apesar da idade avançada do modelo, a FAB afirma que os sensores para o monitoramento da costa brasileira instalados no Orion são "o estado da arte" da aviação, semelhantes aos equipamentos mais modernos em atividade no mundo.
Soberania
A Petrobras estima que a camada do pré-sal contenha o equivalente a cerca de 1,6 trilhão de m³ de gás e óleo. Caso a estimativa seja confirmada, o Brasil ficará entre os seis países que possuem as maiores reservas de petróleo do mundo, atrás somente de Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Emirados Árabes. Toda essa riqueza encontra-se no Oceano Atlântico, na zona econômica exclusiva (ZEE) brasileira. A nova aeronave estará envolvida na vigilância dessa área.
Além do patrulhamento dessa área estratégica, o P-3 AM assumirá um papel determinante nas missões de busca e salvamento. Por força da Convenção de Chicago, da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), o Brasil é responsável pela busca e salvamento de aeronaves e navios numa área com 6 milhões de km² (praticamente todo o Atlântico Sul). Os P-3 AM da FAB equipam o Esquadrão Orungam (1º/7º GAV) que opera na Base Aérea de Salvador (BA).
A nova aeronave, de acordo com a FAB, também ajudará na defesa do meio ambiente, identificando os responsáveis pelo derramamento de óleo, tanto acidentais quanto provocados. "Algumas embarcações que transportam petróleo costumam lavar os tanques com a água do mar. Essa prática criminosa deixa uma mancha de óleo que polui e afeta a vida marinha. Os sensores do P-3 AM conseguem identificar os rastros na superfície do mar e, desta forma, identificar a embarcação de origem, mesmo muitas horas depois da abertura dos tanques", diz a FAB em nota. O P-3 AM pode fotografar o navio infrator e encaminhar as fotos com um relatório para as autoridades ambientais, como prova para a aplicação de multas.
Outra atividade ilegal que a aeronave certamente poderá combater é a pesca na Zona Econômica Exclusiva do Brasil, uma faixa de 370 km a partir da costa brasileira. As embarcações estrangeiras que praticarem a pesca nessa área também poderão receber multas.
A aeronave
O P-3 AM é a versão militar do famoso avião comercial Lockheed Electra II, que ficou conhecido no Brasil como o avião utilizado na ponte aérea Rio de Janeiro-São Paulo, de 1975 até 1991. A versão militar foi inicialmente concebida para a Marinha dos Estados Unidos, como aeronave especializada em guerra antissubmarina e patrulhamento marítimo. Posteriormente, foi adquirido por outros países, principalmente por integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), chegando a ser operado por 17 nações.
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