Em meio à crise com PMDB, Dilma dá posse a seis novos ministros
Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília
Do UOL, em Brasília
- Roberto Stuckert Filho/PR
Presidente Dilma Rousseff dá posse aos novos ministros do Desenvolvimento Agrário; Cidades; Ciência e Tecnologia; Pesca, Turismo e Agricultura
Dois dos dos novos ministros são ligados ao PMDB, segundo maior partido da base aliada do governo federal, atrás apenas do próprio PT de Dilma: Neri Geller (Agricultura) e Vinicius Lages (Turismo).
Apesar de não ser filiado ao partido, Lages foi indicado ao posto pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), enquanto Geller se filiou ao PMDB recentemente. Geller é ligado à bancada do Mato Grosso no Congresso, tem o aval do senador Blairo Maggi (PR) e bom trânsito com o atual ministro da Agricultura deputado Antonio Andrade (PMDB-MG).
Além de Lages e Geller, assumiram seus cargos hoje o ex-presidente da Petrobras Biocombustível e ex-ministro, Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário); o vice-presidente de governo da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi (Cidades); o reitor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Clelio Campolina Diniz (Ciência e Tecnologia) e o senador Eduardo Lopes (Pesca).
Em seu discurso na cerimônia, Dilma afirmou ainda que eles "contribuíram decisivamente para a construção e consolidação de um projeto de Brasil que propiciou algo raro: crescer, diminuir a desigualdade, construir um mercado interno de massa e, ao mesmo tempo, manter os fundamentos macroeconômicos e garantir que o Brasil mantém hoje diante de um quadro que hoje começa a melhorar internacionalmente, uma situação de estabilidade para enfrentar todas as conjunturas".
"Nós deixamos de ser o país do futuro e esses brasileiros que aqui estão hoje são responsáveis por a gente estar construindo o Brasil do presente. O povo brasileiro é sábio e percebe muito bem quem está do lado dele. Asseguro aos senhores que esses ministros que saem e os que entram estão ao lado do povo brasileiro", acrescentou.
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O
professor Marco Antonio Raupp deixou a chefia do Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação no dia 13 de março de 2014, em reforma
ministerial feita pela presidente Dilma Rousseff. O cargo será ocupado
pelo reitor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Clelio
Campolina Diniz Leia mais Folhapress/Arte UOL
Todos os demissionários, com exceção de Raupp, retomam seus mandatos parlamentares, de olho nas eleições de outubro. Para disputar o pleito, era necessário deixar o governo até o início de abril.
Segunda fase da reforma ministerial
A posse dos novos ministros ocorre na segunda fase da reforma ministerial, marcada pela tensão entre PT e PMDB.Apesar de ter sido contemplado com um filiado, o PMDB ainda não se deu satisfeito com a escolha de Dilma. Na quinta-feira, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse que a bancada do PMDB na Casa não participou da escolha dos nomes dos novos ministros. "O PMDB da Câmara não participou, em momento algum, da escolha desses nomes. É decisão da presidente. Eu reconheço que ela fez boas escolhas", afirmou Alves.
O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), disse, em entrevista à "Folha de S.Paulo", que o partido não foi ouvido. "A presidente não aceitou dois nomes do PMDB, ela indicou dois nomes delas. Se for do PMDB, será por acaso", criticou o parlamentar.
Em fevereiro, na primeira etapa, Dilma já havia substituído quatro ministros -- dois deixaram as pastas para se dedicar a candidaturas. Aloizio Mercadante deixou o Ministério da Educação e assumiu a Casa Civil, onde substituiu Gleisi Hoffmann, além de Thomas Traumann (que substituiu Helena Chagas na Secretaria de Comunicação), Arthur Chioro (entrou no lugar de Alexandre Padilha na Saúde) e José Henrique Paim (que entrou na vaga de Mercadante no MEC).
À época, Dilma disse que "as mudanças nos ministérios eram, na democracia, inevitáveis". Ao que tudo indica, e das pastas que estavam inicialmente no alvo, a presidente praticamente encerrou a reforma ministerial do último ano de seu primeiro mandato, mas ainda podem ser trocados os chefes da Integração Nacional, Francisco José Coelho Teixeira, e Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos.
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