Internacional
Meio ambiente
Impasse sobre as negociações do clima em Durban
Com 12 dias de reuniões que deveriam ter chegado ao fim na sexta-feira, ministros e delegados de 194 países tentam chegar a consenso
Paul Ellis
A conferência do clima da ONU em Durban, na África do Sul, se encaminha
para um final incerto neste sábado depois da ampliação das negociações
por um dia em busca de um acordo difícil para criar um marco legal que
obrigue todos os países a entrar na luta contra o aquecimento global.A presidência sul-africana da conferência estendeu os trabalhos até sábado para buscar um acordo em três grandes temas: um regime legal que comprometa todos os países na luta contra as mudanças climáticas, a renovação do Protocolo de Kyoto, que obriga as nações ricas a reduzir as emissões de gases poluentes, e a criação de um Fundo Verde para ajudar os países pequenos e em dificuldades.
A Europa propôs a renovação do Protocolo de Kyoto, que tem validade até 2012, o que deixaria o planeta sem um acordo legal que obrigue os países a reduzir as emissões. Os europeus exigem em troca que os países, em especial os grandes emissores de gases nocivos ao clima (como China, Índia, Brasil e Estados Unidos, país que nunca ratificou Kyoto), aceitem um instrumento legal que torne obrigatórios seus compromissos de corte de emissões, que seria definido até 2015.
África do Sul, Brasil e quase 90 países entre os mais vulneráveis às mudanças climáticas respaldam o plano europeu, segundo a comissária europeia do Clima, Connie Hedegaard.
"Estamos em uma situação que é a pior, a do risco de fracasso por um problema de gestão do tempo", alertou a ministra do Meio Ambiente da França, Nathalie Kosciusko-Morizet.
"Se nos pedirem para continuar negociando no domingo, eu estarei aqui", disse a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Isabella Teixeira. Mas em seguida ela afirmou que isto não acontecerá porque um acordo será anunciado neste sábado. "É questão de paciência", declarou.
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