sexta-feira, 14 de março de 2014

A merda esta feita, o governo não assume nada, o rombo é grande, investimentos não fazer, só contam mentira, isto tudo quem paga é o consumidor.???????

Setor elétrico

Consumidores e Tesouro vão bancar aporte de R$ 12 bilhões ao setor elétrico

Dinheiro será usado para mitigar as perdas das distribuidoras no mercado livre, que negocia energia de curto prazo a preços exorbitantes

Laryssa Borges, de Brasília
Trabalhadores fazem manutenção em rede elétrica na zona sul de São Paulo
Trabalhadores fazem manutenção em rede elétrica na zona sul de São Paulo (Reinaldo Canato)
Na tentativa de conter a crise energética e equacionar a elevação do custo da energia elétrica, o governo federal anunciou nesta quinta-feira um pacote de socorro às distribuidoras para permitir que o setor elétrico consiga sair do vermelho. A conta dos custos extras provenientes da energia gerada pelas termelétricas e da compra de megawatts no mercado de curto prazo (onde a energia é mais cara) será paga pelo consumidor e pelo Tesouro, que, indiretamente, significa o dinheiro dos próprios contribuintes. Ao todo, serão liberados 4 bilhões de reais dos cofres públicos e 8 bilhões de reais por meio de bancos públicos e privados, em forma de empréstimos às distribuidoras. Quem pagará o endividamento? Os consumidores, por meio de reajuste na tarifa.
Os 12 bilhões anunciados nesta quinta se somam aos 9 bilhões de reais já gastos pela União para indenizar as empresas elétricas que não aderiram ao pacote anunciado pela presidente Dilma em 2012. Ele previa a antecipação do fim dos contratos de concessão com as empresas de energia e a realização de novas concessões com preços de megawatts abaixo dos leilões anteriores. Essa diferença propiciou a redução da conta de luz em 2013. Contudo, o governo também previu outros 9 bilhões de reais no orçamento deste ano para manter o plano de indenização das elétricas. Com o anúncio desta quinta, o setor terá recebido cerca de 30 bilhões de reais até o final deste ano, entre indenizações e aportes.
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A liberação dos 4 bilhões de reais será feita via Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Já os 8 bilhões de reais virão de uma autorização inédita, feita por meio de decreto presidencial, para que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) possa contratar financiamento junto aos bancos e arcar com as perdas das distribuidoras que tiverem de comprar energia no mercado livre — também chamado de mercado de curto prazo, onde o megawatt/hora é muito mais caro. Enquanto os leilões do governo às concessionárias oferecem energia pelo preço de 100 reais o megawatt médio, o mercado livre trabalha com valores da ordem de 822 reais. Essa compra de curto prazo é feita usualmente na CCEE, que funciona como uma espécie de bolsa de valores do setor. O auxílio penaliza a população de duas formas: o contribuinte arcará com o aporte do Tesouro e os consumidores pagarão pelos empréstimos bancários por meio de reajuste de tarifa que será feito a partir do ano que vem. Contudo, o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Romeu Rufino não soube informar se haverá ou não um escalonamento dos valores a serem repassados.
Segundo o secretário do Tesouro, Arno Augustin, os cofres públicos vão cobrir o rombo por meio de receitas futuras: o Refis, que é o refinanciamento de dívidas tributárias das empresas, e aumentos programados nos impostos previstos para 2014. Ainda como parte do pacote de socorro ao setor elétrico, o governo antecipará para este ano um leilão de energia que deveria ocorrer em 2015. Além disso, o governo estima que, no ano que vem, haja uma entrada no sistema de cerca de 5 mil megawatts médios a preços mais baixos (cerca de 30 reais o MWmédio ante os 100 reais praticados até então) para compensar parte do aumento de energia. Essa redução de preço será proveniente do fim dos contratos das concessionárias Copel, Cemig e Cesp, que não aderiram ao pacote de energia anunciado pela presidente Dilma.
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A combinação de escassez de chuvas, baixo nível de reservatórios e preços elevados de energia pressionaram o governo a anunciar um pacote de soluções para diminuir o impacto no caixa das empresas de distribuição. A presença da agência de risco Standard & Poor’s em Brasília a partir desta quinta e o risco de a entidade rebaixar a nota de classificação do Brasil são apontados como fatores que levaram o Executivo a antecipar de abril para esta quinta-feira as medidas voltadas ao setor. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou que o pacote de 12 bilhões de reais será suficiente para conter as perdas das empresas elétricas este ano. Contudo, o mercado estima que o prejuízo poderá chegar a 25 bilhões de reais.
Questionado sobre o timing do anúncio, Augustin afirmou que já estava sendo preparado "há dias" e que não tinha nada a ver com a presença da S&P no Brasil. A mensagem é bem diferente da que foi passada pelo Ministério da Fazenda ao anunciar o aporte de 1,2 bilhão de reais na última sexta. A nota afirmava que uma possível medida de auxílio ao setor seria anunciada apenas em abril. Ao fazer o anúncio nesta quinta, Mantega não mencionou a mudança de cronograma e ainda culpou apenas as chuvas (e não a falta de planejamento) pelo ônus bilionário que será pago por consumidores e pelo contribuinte. “A redução das chuvas no início do ano reduziu o nível dos reservatórios e implicou no acionamento das termoelétricas para o fornecimento de energia. As termelétricas são mais caras que hidrelétricas, até seis vezes mais caro, e encarece o custo da energia”, justificou o ministro.

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