sábado, 15 de março de 2014
Dilma proíbe que militares comemorem Regime Militar e teme insubordinação da Reserva
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Imagem: Agência Brasil |
Brasília - A
presidente Dilma Rousseff sinalizou nesta sexta-feira, 14, que não quer
celebrações dos militares da ativa por conta do aniversário de 50 anos
do golpe de 31 de março. Dilma mobilizou o ministro da Defesa, Celso
Amorim, que já conversou com os comandantes militares sobre o assunto.
Os chefes
militares já haviam aproveitado as reuniões de seus Alto Comandos, que
trataram também das promoções do final do mês, antes do Carnaval, para
avisar aos comandados que evitassem qualquer tipo de polêmica sobre o
assunto, para evitar choques com o Planalto. Os comandantes das forças
já haviam repassado aos seus subordinados a ordem de não serem feitas
comemorações fora dos quarteis e nem festejos internamente.
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O tema, no
entanto, não será deixado de lado pelas Forças Armadas. No Exército, por
exemplo, o assunto será tratado por meio de palestra e divulgação de
informações para a tropa apenas para que "as novas gerações" não se
esqueçam do que chamam de "fato histórico", contextualizado à época da
guerra fria.
O clima na
ativa das Forças Armadas, até o momento, é de distensionamento. Não há
movimentações para promover atos para exaltar a data, embora existam
insatisfações em relação à condução dos trabalhos da Comissão da
Verdade. Grande parte dos militares reconhece que houve avanços nos
investimentos das Forças durante os governos Lula e Dilma.
Ainda há grande
preocupação com o pessoal da reserva. Ainda não se sabe exatamente o
que eles poderão promover para exaltar os 50 anos da "Redentora",
expressão que usam para se referir ao 31 de março. Para evitar problemas
com estes militares que já estão fora dos quartéis, mas que, quando
querem, fazem barulho, os comandos das Forças Armadas fizeram contatos
com os presidentes dos Clubes Militar (Exército), da Marinha e da
Aeronáutica pedindo moderação nas manifestações. Vários grupos, no
entanto, atuam de forma independente e não costumam atender pedidos dos
comandantes.
Quem está no
serviço ativo não pode se manifestar, por força do regulamento militar.
Os da reserva não sofrem tantas restrições, mas também têm de seguir
algumas regras e podem ser punidos inclusive com prisão por declarações
que forem consideradas ofensivas à presidente da República.
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Tânia Monteiro
O Estado de S. Paulo
Editado por Folha Política
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